Carmem centenária

“O que é que a baiana tem? O que é que a baiana tem? Tem torso de seda tem (tem).Tem brinco de ouro tem (tem). Corrente de ouro tem (tem). Tem pano da Costa tem (tem). Tem bata rendada tem (tem). Pulseira de ouro tem (tem). E tem saia engomada tem (tem). Tem sandália enfeitada tem (tem)E tem graça como ninguém...!”

Mulher linda, com um sorriso larga e brasileira por “opção”. Nascida em Portugal, mas se considerava Tupiniquim, e pra ela era um orgulho. Entre 1930 á 1950, a “Pequena notável” foi revolucionária. Teve o maior salário ganho por uma mulher, criadora do sapato plataforma e considerada percussora do Tropicalismo.
Dona de um vozeirão, cheia de graça, ela encantava corações de machões, e sempre imitadas por fãs. Carnaval nunca foi o mesmo a partir de então.

“Mamãe eu quero, mamãe eu quero. Mamãe eu quero mamar! Dá a chupeta, ai, dá a chupeta. Dá a chupeta pro bebê não chorar!”

Vaidosa e cansada, o anti- stress, remédio pra dormir fazia parte da sua rotina. Depois de um show nos EUA, a rainha do barangandâ nos dar um susto. Desmaia logo após sua interpretação. Socorrida, ela sobe para seu quarto, e vaidosa como sempre, levava com você um pequeno espelho. Tirou a maquiagem, seu sapato plataformas e seu arranjo de cabeça. Minutos depois, morre aos 46 anos. Hoje, ela completaria 100 anos.
Rainha do cocá
Rainha de Broadway
Rainha do verde amarelo
Rainha brasileira
Rainha centenária
Carmem Miranda ontem, hoje e sempre.

“Tá-Hí! Eu fiz tudo pra você gostar de mim. Ai meu bem não faz assim comigo não. Você tem, você tem que me dar seu coração.”